ARCA proibida: Vereadora Marcilene Jacinto é intimada judicialmente a parar de fiscalizar entidade assistencial em Patrocínio

27-04-2011 21:29

Usando do Grande Expediente na 10ª ordinária da Egrégia e Augusta Casa de Leis rangeliana, a vereadora e vice-presidente da Casa, Marcilene Jacinto Queiroz (PHS), informou que estava sendo proibida judicialmente de visitar a antiga Casa Lar (hoje ARCA) para fazer algumas fiscalizações no local.

Pra quem não sabe, a ARCA substituiu recentemente a Casa Lar no acolhimento e tratamento do menor e do adolescente em situação de risco. 

Marcilene contou que vem visitando a instituição desde fevereiro e tem notado a falta de pessoas capacitadas para exercerem o acolhimento e o cuidado às crianças além de outras tantas irregularidades.

Só com a secretária

“Em fevereiro mesmo eu apresentei aqui na Câmara um requerimento de informações elencando todas as irregularidades que tive oportunidade de apurar. Inclusive questionei a mudança do local, pois a ARCA saiu do antigo local e foi funcionar no CRAS. Eu estou acompanhando todo o caso e agora, quando da minha visita, uma psicóloga e uma coordenadora não me deixaram entrar alegando que isso só poderia acontecer com a presença da secretária Marly Ávila. E eu estava ali no exercício de minha função de fiscalizadora e não de confronto. Estou disposta a ajudar, colaborar para que as crianças tenham realmente o que é necessário.” – afirmou Marcilene.

Intimação judicial

A vereadora informou que foi intimada pela secretaria municipal de Desenvolvimento Social para prestar esclarecimentos na justiça sobre suas visitas, “Fui intimada judicialmente para prestar esclarecimentos sobre o motivo que, como vereadora, estou realizando essa fiscalização. A alegação é que estou deixando a todos constrangidos. Todas as pessoas envolvidas no processo com menores em situação de risco sabem como foi feita essa transição de Casa Lar para ARCA. Não é porque agora a Casa Lar mudou de nome e que hoje está na mão da prefeitura que a comunidade não pode dar sua parcela de colaboração com a instituição.” – sintetizou a vereadora Marcilene.

Suspeita de irregularidades

A vereadora disse no Grande Expediente que se sentiu desrespeitada não somente como vereadora, mas como cidadã que busca um futuro melhor para a sua comunidade, “Fui desrespeitada não só no cargo em que ocupo, pois eu acho que qualquer cidadão que tiver preocupação com qualquer setor de uma administração, independente de ter cargo público ou não, tem o direito de questionar e de investigar, exigir transparência e lisura. Agora, se infelizmente eles estão insistindo nesse impedimento a gente pode colocar um pé atrás porque com certeza deve ter algo de muito errado sendo feito lá dentro da ARCA.” – observou.

Sem projeto pedagógico

A vereadora Marcilene elencou os principais abusos cometidos na instituição, “Lá não existe a presença dos funcionários necessários, psicólogo, assistente social, a pedagoga, o enfermeiro que tem que ficar lá tempo integral, o período todo, além das demais funcionárias. O planejamento pedagógico para as crianças não existe, pois o dia que eu fui lá as crianças estavam escorregando em sabonete, correndo risco de machucar... A minha ação é no sentido de cobrar para que as coisas sejam colocadas nos seus devidos lugares. E eu também vou procurar o poder Judiciário para que os direitos da criança e do adolescente sejam efetivamente cumpridos.” – encerrou.

Fonte: Mais um Online - Fácil de Ler